quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Cinema no Boteco

Começou ontem um projeto intitulado "Cinema no Boteco" criado por um comerciante empresário e um estudante de Geografia, ambos moradores do distrito de São José do Triunfo. A ideia surgiu da necessidade de filosofar entre os participantes do ambiente comercial. Para o dono do Bar, as conversar na maioria das vezes não tem o caráter reflexivo das coisas da vida, são conversar empobrecidas de conteúdos aproveitáveis, se assim podemos dizer. Um exemplo claro disso que estou falando foi quando ocorreu a morte do maior Arquiteto do Brasil e um dos maiores arquitetos do mundo, Oscar Niemeyer. Comentando sobre a morte deste ilustre brasileiro, o dono do bar me disse que Niemeyer havia acabado de falecer. Nesse momento eu disse ao Joaquim que eu havia lido naquele instante, pelo site de notícias UOL, que o estado de saúde do arquiteto era considerado gravíssimo, não tendo conhecimento sobre a morte do arquiteto até aquele momento. Nesse momento, um jovem rapaz interceptando a nossa conversar disse: "não vai fazer falta nenhuma esse homem, o que ele já fez para mim?". Nesse instante eu e o dono do bar, Joaquim ficamos perplexos diante daquela declaração. Demostrando nenhuma compaixão para com os outros seres humanos, ignorando na sua própria ignorância a importância do legado deixado pelo gênio Oscar Niemeyer.

Mas, continuando a nossa conversar, sempre discutíamos sobre as coisas da existência humana, formação do Universo, formação do Planeta Terra, dentre inúmeros outros assuntos, falávamos sobre até mesmo da composição das sete cores do arco-íris, como ocorre a refração da luz solar dispersando em sete cores. A ideia primordial contudo, foi depois de muitas discussões, fazer do bar um lugar agradável aos bons ouvintes da sabedoria, levar o conhecimento às pessoas leigas, transcender as barreiras da acadêmia e buscar junto do povo desmistificar os mitos que ainda, em pleno século XXI povoam as mentes das pessoas que nos rodeiam.

O primeiro filme teve um causa motivacional. Buscar o conhecimento para além daquilo que a acadêmia nos oferece, requer um esforço individual em primeiro plano, o indivíduo por si só tem que buscar o conhecimento depositado nos livros que encontramos nas Bibliotecas espalhadas mundo afora. Mas, não exclusivamente os livros estarão apenas nas grandes Bibliotecas. O hábito da leitura é importante porque nos motiva a ler tudo aquilo que encontramos pela frente, num primeiro momento. Então caros leitores, um jornal de semana passado poderá ser o portal para se aventurar no mundo da leitura, ou um livro que está encostado na prateleira, pegando poeira, que fica sempre ali de bobeira, com histórias interessantes para serem desvendadas. Na nossa conversar, disse ao meu amigo Joaquim que a biblioteca da UFV era enorme, existindo ali um mundo de imaginações, ciências, mitos, contos, etc. Foi quando me lembrei de um filme que contava a história que aconteceu na cidade de Alexandria, no Egito. O filme contava a história de uma renomada matemática e astrônoma, curadora/diretora de uma das maiores bibliotecas do mundo antigo, Hypatia, uma jovem professora de ciências naturais (matemática, astronomia), seguidora do modelo ptolemaico, onde afirmava que a Terra era do centro do Universo, mesmo com toda perturbação causada pela guerra entre os cristão e judeus, que no decorrer deste conflito, os cristão incendeiam a biblioteca, Hypatia faz a descoberta que não mais o modelo geocêntrico fazia sentido, mas sim o Heliocentrismo, agora, depois de anos de estudos, ela descobre que o Sol sim era o centro centro do Universo (Via Láctea). O Filme termina de forma triste, Hypatia é assassinada pelos cristãos, seu ex-escravo Davos mata asfixiada, acusando e acreditando ela ser uma pagã, acusada de cometer heresias. Essa foi a motivação inicial de outros filmes que virão. A escolha deste filme teve, talvez sem querer, um propósito nobre, começar os trabalhos falando da importância destes estabelecimentos, as bibliotecas municipais, estaduais, federais, nacionais, internacionais .... e outros ais da vida...

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